segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Doce lugar

Num dia em que olhamos para os lados e não vemos nada além de sombras, eis que vejo uma luz.
Poderia ser de qualquer cor, mas ela era da cor de tempestade.
Me lancei em sua direção e pude enfim encontrar o caminho.
No frenesi da descoberta não me importei com preceitos ou tabus, só caminhei.
Isso me foi bem aos olhos e ao coração, porque não continuar.

Estava distante de tudo que me deixasse com a alma em paz.
Mas logo encontraria um recanto onde poderia descansar.
Palavras, além da suave luz, foi minha bússola e guia.
Conduzindo-me por caminhos esquecidos, me fazia lembrar das paisagens.
Montanhas a desbravar, mares a navegar, lagos e rios a percorrer.

Nada é enfadonho, tedioso, triste ou cíclico.
Cada momento é único e especial, tornando-se inesquecível.
Deitado como em cima de plumas, mesmo que às vezes sinta os espinhos.
Sem ousar fugir da realidade não perco a fantasia.
Alimentando-se da inocência, se abastando da inconseqüência.

O fim, não conheço, nem busco encontrar.
O tamanho, não vi ainda, mas pretendo medir.
O perfume, sei ser suave, mas nunca senti.
O som, já me foi ouvido, curto como uma nota só.
Se vai durar, não sei, nem quero contar.

Deixo que o amigo da felicidade me acalente.
De momento em momento farei um instante.
Juntarei tudo e formarei lembranças.
Sentirei saudade e sempre voltarei.
Ao lugar onde a paz encontrei.