terça-feira, outubro 23, 2012

Adeus.

‎"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração..." Charles Chaplin

Quanto a isso:

Li essa frase hoje num post do facebook de minha linda irmã Mirella Castro. Ela faz parte de um texto maior de Chaplin. Para mim seu significado converge para algo além de um simples adeus. Fui levado a refletir sobre outra frase que já li por aqui: "Se você ama alguém, deixe-o livre pra voar. Se voltar, é seu. Se não voltar é porque nunca te pertenceu" de autor desconhecido.

Essa última frase concorre opostamente a primeira. Observe que amar é um sentimento que deve gerar liberdade total ao ser amado e vice-versa, pois não compete a nós julgar o amor alheio. Então como posso decidir se alguém não me ama só por que dei à ele liberdade. Se é amor, o é e fim. Se não, devemos aprender a apenas nos aquietar.

Alguns podem dizer que isso é conformismo ou até mesmo covardia, mas veja bem, dizer adeus a quem ama não significa esquecer, apagar da memória, achar que é o fim, mas sim não exigir da outra parte uma retribuição em troca de nosso amor. Uma separação é em sua essência uma forma de permitir aos indivíduos a opção de caminhar livre de amarras. Assim devemos nos livrar de qualquer sentimento de posse.

A letra da música Monte Castelo de Renato Russo pegou emprestado dois textos que pra mim definem perfeitamente o amor. O primeiro foi o Soneto XI de Luís Vaz de Camões e o outro foi I Coríntios 13. Não sei se Camões também se inspirou no autor bíblico, o que importa é que os dois texto são complementares.

Em minha juventude adorava ler aquelas tirinhas que começava com a frase "Amar é...", não me recordo de nenhuma delas por completo, mas pelo que lembro nelas nunca li que "Amar é... Se prender ao outro eternamente, viverem acorrentados indispondo liberdade mutua".

Pois bem, para finalizar, sem querer julgar o mérito da questão posso afirmar que estou dissertando aqui sobre o amor Ágape. O amor incondicional . E como bem diz o autor bíblico sendo completado por Camões e resumido por Renato Russo: 

"Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.

O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.

Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.

É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria." Renato Russo.

2 comentários:

  1. Irmão...que lindo!
    Concordo com você e digo ainda que "Amar" (completando sua dissertação) é como imagem no espelho...Lembro até aqueles dois personagens gorduchinhos que você citou: "Amar é...ver no outro o desejo de ser feliz!" com um espelhinho na mão!
    Então é isso...não é necessário estar "acorrentado" para Amar...é necessário ir além do físico e simplesmente amar...
    TE AMOOOOOOO!

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  2. Esse anônimo aí em cima sou eu sua Irmãzinha Mirella Castro!
    Analfabeta nesse post...kkkkk

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