segunda-feira, fevereiro 11, 2008

O tempo



Costumamos reclamar do tempo, achando que ele nunca é suficiente. Se estamos num passeio, sempre quando é chegado o fim ficamos com aquele sentimento de que poderia ter durado mais.

Que dizer então quando em meio a uma conversa, daquelas que esquecemos dele, o tempo, o badalar dos sinos nos avisa que passam das tantas e um fim é imposto ao diálogo.

Mas, nem sempre “o tempo” é o vilão, devemos dar-lhe seus créditos merecidos.

Na culinária, a precisão que ele determina, faz atingir o melhor sabor das receitas. Vinhos, queijos e outras guloseimas mais, dependem dele para que seus preparos sejam considerados uma arte, onde o resultado final se torna uma iguaria única.

Nos esportes, na maioria das vezes, quanto menos tempo melhor, nas outras, é ele quem baliza o caminho a trilhar para atingir a vitória. Recordes são incansavelmente buscados a fim de diminuir “o tempo” ou conseguir os melhores resultados dentro de seus limites.

Não menos importante “o tempo” é para os apaixonados. Sua importância esta nas mínimas coisas. Nas infindáveis troca de olhares, nos calorosos beijos, nas noites não dormidas, nos dias que não acabam e em seu fim trazem a presença da pessoa amada. Com “o tempo” consolidamos a paixão, transformando-a em amor. É também ele que sempre exige que a paixão nunca deixe de existir.

Pensando bem, o objeto dessa dissertação é na verdade um herói. Certa vez ouvi uma frase: “Heróis são aqueles que fazem o que deve ser feito sem medir as conseqüências”. Pois bem, assim é “o tempo”.

Ele corre sem parar, deixando que todos usufruam de suas qualidades e defeitos. Sua força ou fragilidade contribui para todos, sem discriminação. Lançamos mão dele para todas nossas atividades diárias, sempre o invocando, querendo tirar dele o melhor. É como se fosse um “deus” ao qual sempre fazemos uma oração que invoca um milagre da multiplicação. Mas, como todo herói, ele é impassível, incorruptível, indomável, rígido em seus princípios, obcecado pela perfeição, não desviando um instante de sua meta. Assim, cumpre, sem receio de decepcionar, seus desígnios.

Devemos então aprender com “o tempo”, ao invés de lutar contra ele, afinal ele é soberano em seus domínios. Ir contra sua força é perder sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário