Trançava cordas dia e noite.
Sua vida estava numa teia de cerdas grossas,
Tecidas por suas próprias mãos.
Brincava de um lado a outro.
Mas, não deixava de trançar, tecer.
Por mais que se agitasse, mais preso ficava.
Cordas grossas, teias fortes.
Sem perceber, deixou uma ponta solta.
Continuou a brincar, a se divertir.
Mesmo preso era feliz, sem saber o que era felicidade.
Mas a teia o prendia mais e mais, menos espaço sobrava.
Seu agito se tornou escasso, então começou a perceber.
Que o que achava ser felicidade.
Era na verdade uma prisão.
Foi ai que a ponta solta, começou a ser puxada.
Um metro, dois, dez, vinte, trinta.
Quando ele percebeu já eram mais de quarenta.
Mesmo com tanta corda fora, a teia ainda era forte.
Mas ele já se agitava novamente, voltava a ter espaço.
E o que nunca soubera que existia, começou a perceber.
Era a tal felicidade, sendo apresentada a ele enfim.
Agora suas brincadeiras eram mais soltas,
Pois ao invés de mais preso, mais livre ficava.
Quem puxava a corda alimentava a brincadeira.
Ele gostava e se alegrava a cada metro de corda fora.
As vezes se esquecia de trançar, esquecia de tecer,
Com isso a corda acabava, a teia se enfraquecia.
Pouco a pouco se libertava, das grossas cordas, das fortes teias.
Ainda não estava livre, mas já via a liberdade.
Pois aprendera o que era felicidade e esta era a porta.
Porta para liberdade, onde não haveria mais cordas, nem teias.
Não mais trançava, não mais tecia, apenas brincava.
O espaço se tornou largo, o suficiente para dançar.
Então, num passo de dança, o menino se fez feliz.
Cordas não mais existiam, teias não mais o prendiam.
Mas para onde foram tantas cordas, e as teias.
Quem puxava se encarregou das cordas, das teias.
Uma rede, uma ponte um tapete. Isso se fez de cordas e teias.
Um tapete para o caminho até a felicidade,
Uma ponte para atravessar o abismo do medo,
Uma rede para descansar durante a jornada.
Assim, quem puxou a corda e o menino
foram em direção a liberdade,
lá onde esta a felicidade.
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