Depois da batalha a armadura lhe pesa,
à porta do castelo chega, mas não consegue escalar os muros.
Então, lá de dentro ouve uma voz que o anima.
As portas são baixadas, finalmente encontra o descanso esperado.
Dores, rancores, feridas que não curam, mas agora tudo parece não existir.
Um manto se estende no leito, uma mão o toca no peito.
E a vida passa a ter sentido, não é mais uma batalha.
Sua espada antes cortando o vento agora repousa junto armadura pesada.
Seus olhos cobertos com um véu natural apenas vislumbra a beleza.
Pode agora seguir em frente, seu caminho agora não é feito mais de guerra.
Retoma seu destino, agora com a certeza de que nunca mais estará só.
Todas as estradas que trilhou, foram somente para chegar até ali.
Agora todos os caminhos que ira percorrer, sempre terão um lugar de volta.
E o guerreiro se torna mortal, mas com a certeza de que tudo que conquistou é eterno.
Sim, descobriu a fonte que não seca, então viverá para sempre.
Destinos que se cruzaram ainda na aurora da vida, embora parecia que muito já tinha vivido.
Não mais calara em seu peito a voz de seu coração.
Mesmo que tudo pareça perdido, sempre encontrara o caminho de volta.
Quem te chamou, estendeu a mão, lhe cobriu no frio e foi luz na escuridão.
Sempre estará aos pés do muro, a espera de seu retorno.
'Não vá longe, não perca de vista o castelo', sussurra a voz doce.
Basta agora não se perder e acreditar que não é apenas um sonho.
Sempre haverá um recomeço e nele o laço se fortalecerá.
Como aço, será temperado pelo tempo, fortalecido com sentimento.
'Não vá longe, não perca de vista o castelo', suplica a voz serena.
Só resta então atender ao chamado e retornar sempre ao lugar de onde nunca deveria ter partido.
E seguir o curso da história que um dia será contada ao jovens guerreiros.
Lembrando que no fim há sempre um recomeço.
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